sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Decida sua vida antes que decidam por você 

Decidir minha vida? Mas como, se nem sei o que quero na minha vida...? É isso mesmo que você acaba de ler. Esse mundo e tão incerto e cruel. Há cobranças de todos os lados para que eu seja alguém que faça e não apenas viva por viver.

É isso mesmo meu jovem. É sobre isso mesmo que eu quero lhe falar neste artigo. Estamos mais do que nunca numa realidade única e singular da sociedade. O que quer dizer isso? Única porque nunca se produziu tanto na história da humanidade. Nunca tivemos tantos alimentos disponíveis, tanta tecnologia revolucionária em todas as áreas. Nunca o Ser Humano teve tantas facilidades e maravilhas tecnológicas a sua disposição. Em nenhum outro momento da história da humanidade a tecnologia facilitou tanto a nossa vida. Singular, porque ao mesmo tempo, nunca teve tantas pessoas passando fome e, o que é mais cruel, nunca na história tantas pessoas morreram de fome. Em nenhum outro momento da história teve tanto perigo nuclear e atômico de bombas biológicas ou da eminência de guerras. E nunca, como hoje, o Capitalismo predominou quase que na totalidade no planeta.

Vivemos num momento de gigantescas transformações. E são nessas transformações que todos nós estamos e nos encontramos e necessitamos urgentemente dar respostas concretas para a sociedade em geral, mas principalmente para nós mesmos, de modo que encontremos as respostas fundamentais que como Seres Humanos necessitamos encontrar: Qual o sentido da nossa existência num mundo que não valoriza os valores humanos, mas sim os econômicos? Por que vivemos? Para que vivemos e por que outros decidem por nos? E urgente que você decida sua vida porque senão outros decidirão por nos. Veja porquê.

Uma geração que inquieta: desafia e comove
Essa juventude sem ideal, sem vocação, está perdida! É flagrante o número de pessoas adultas que pensam dessa forma e não acreditam na juventude. Traem a si próprios por não serem capazes de fazer um mundo melhor e deixam de depositar a confiança naqueles que serão seus sucessores: os jovens. É verdade que muitos se preocupam com a juventude. Mas também é verdade que poucos conhecem profundamente os jovens, principalmente o contexto em que eles estão inseridos, ou melhor, em que todos estão inseridos. E pelo fato de não conhecê-los, freqüentemente os condenamos e excluímos das mais diversas formas. Assim sendo, a nossa mensagem não os atinge, muito menos cativa.
Quando isto acontece, fazemos inúmeras críticas a esta geração, não mais acreditamos nela e a responsabilizamos pelos nossos fracassos justamente por perdermos espaço para a mídia que é muito mais sedutora e atraente, que não critica o jovem. Creio que esse é um dos maiores desafios nossos como educadores, teóricos, filósofos, teólogos, pais e religiosos da atualidade: Como ter espaço na vida do jovem se os espaços estão quase que na sua totalidade preenchidos pela mídia e o mercado de consumo.

Para tentar entender
A predominância do individualismo generalizado se encontra em todas as camadas sociais da humanidade e obviamente encontramos essas características também entre a juventude contemporânea muito mais fortemente do que em outras épocas. O trágico é encontrar jovens que se deixam aniquilar, manipular e usar intelectualmente. Isso começa a acontecer conosco a partir do momento em que começamos a acreditar de que tudo é normal, desde a droga, a violência, os estupros, matar por motivos fúteis, matar toda pessoa que erra, que a guerra se justifica etc.
Como saber se estou me esvaziando intelectualmente? Basta fazer uma breve auto-avaliação: se somos da geração do depende, onde tudo é relativo. Quando hoje eu gosto de alguém e amanhã não gosto mais. Se hoje juro amor eterno a alguém e amanhã depende. Quando assumimos compromissos e logo nos descomprometemos. Se concordo com músicas do tipo: “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também”. Enquanto nos sentimos bem, vamos levando, mas bastando não mais se sentir bem iremos partir para outra.

Pistas de ação para não perdermos a esperança
Ter Amor e sonhos nos faz feliz. Quanto mais importante seu amor é para você menos você deseja abrir mão dele. Às vezes as coisas mudam e nunca mais serão as mesmas. Isto é a vida. Devemos entender que o passado nunca mais volta nem reaparecerá. Esse foi o amor=sonho de ontem. É hora de procurar um novo amor=sonho. Não basta sonhar, devemos agir. Se você não mudar, morrerá.

Quem mexeu no meu amor=sonho? Por que eu não me mexi e fui procurar o amor=sonho mais cedo? O que você faria se não tivesse medo ou sentisse insegurança? Devemos aprender que uma pitada de medo pode ser bom. Quando tememos que as coisas estejam piorando, se não tomamos uma atitude, isso pode nos instigar a agir. Mas o medo não é bom se ele nos paralisa e impede de agir. Devemos lembrar sempre que ficarmos desencorajados e quando o medo nos assola e nos faz ter dúvidas frente à possibilidade de encontrarmos um novo amor=sonho, devemos nos lembrar de que o que estamos fazendo (buscar um novo amor=sonho), independente do quanto possa parecer desagradável no momento, na verdade será muito melhor do que ficar sem amor=sonho. Se outros são capazes de seguir em frente, nós também somos.

Quando vencemos o medo, nos sentimos livres. Porém algo que devemos lembrar com freqüência é que quando encontramos amigos numa situação nada agradável e paralisados pela lógica do momento, ns não poderemos fazer a mudança por eles, muito menos tentar convencê-los do contrário, mas fazer o outro ver a vantagem da mudança, ou seja, nós devemos ser o espelho da mudança. Avalie e reveja freqüentemente o amor=sonho para saber quando ele está ficando velho ou mofando.

Quando a sensação de vazio nos ataca com freqüência, temos vontade de desistir. Para que isso não nos paralise, devemos aprender que o movimento em uma nova direção nos ajuda a encontrar um novo amor=sonho. Perceberemos então que a Mudança ocorre e que continua a mexer no amor=sonho. Por isso é necessário se antecipar à mudança e se preparar para o caso do amor=sonho não estarem mais no lugar em que estávamos acostumados em encontrá-lo. Devemos monitorar a mudança, avaliando freqüentemente a nós mesmos e ao amor=sonho para sabermos com antecedência quando ele está ficando desgastado. Devemos adapta-nos à mudança, ou seja, quanto mais rápido nos nos esquecermos do velho amor=sonho, mais rapidamente encontraremos ou saborearemos um Novo. Saia do lugar assim como o amor=sonho sai do lugar, isso significa mudança. Então aprecie a mudança sentindo o gosto da aventura e do novo amor=sonho. Para isso esteja preparado para mudar, mas mudar rapidamente muitas vezes pois continuam mexendo no amor=sonho.

Outro alerta do qual poderemos nos servir é de que é fácil retroceder ou nos acomodar quando nos sentimos confortáveis demais. E saber arriscar-se a sair do lugar e gostar disso. Será que isso é o fim? Ou o começo de um novo começo... É mais seguro ter consciência das nossas verdadeiras escolhas do que se isolar nas zonas de conforto.

[Texto produzido por Gilmar Staub durante o Curso de Especialização em Juventude Contemporânea, na Unisinos]

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